Serviço de Estrangeiros e Fronteiras à beira da ruptura

Sindicato dos funcionários da polícia fala em “escravatura” e avisa que a segurança poderá ficar comprometida no Verão

Com a aproximação das férias de Verão e o consequente aumento de movimento nos portos e aeroportos nacionais, os inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) temem não conseguir dar conta do recado este ano. Em causa, denuncia o Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF), está a falta de pessoal: os quadros da polícia responsável pelo controlo de fronteiras e imigração está com um défice de 13,3%. Segundo os números do sindicato, deveriam existir 923 funcionários no SEF, mas só estão ao serviço 800. A nível nacional só há 66 inspectores, 110 inspectores-adjuntos principais e 579 inspectores-adjuntos - quando deveriam existir, em cada categoria, pelo menos, 120, 138 e 620 profissionais, respectivamente.

Há nove anos que não há novas admissões no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e a reivindicação dos inspectores não é nova. Mas, garante o presidente do SCIF, o problema da falta de recursos humanos assume “contornos preocupantes” com a aproximação do período de férias deste ano -- que vai obrigar os inspectores, que são cada vez menos por causa das saídas para a reforma, a revezarem-se para conseguir responder ao aumento de tráfego nas fronteiras. “Se durante o ano o problema já está a assumir contornos críticos, então durante o Verão só podemos esperar o pior”, admite Acácio Pereira, que teme que se possam gerar “situações de ruptura” em algumas regiões - como o Algarve, onde o movimento é maior no Verão. “Tudo faremos, como até aqui, para evitar esse cenário, mas a segurança poderá estar comprometida”, avisa.

29/04/2013

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