A co-adopção ainda pode chumbar na votação final. Fizemos as contas

Desde que Passos Coelho subiu ao poder suportado pela maioria PSD/CDS, nunca a contabilidade foi tão ombro-a-ombro na Assembleia da República. Na co-adopção votaram em plenário 202 deputados (99 a favor, 94 contra e nove abstenções). Esta votação coincidiu com várias missões parlamentares e algumas faltas individuais, levando a que 28 deputados estivessem ausentes do plenário (ver quadro ao lado). O i falou com os parlamentares que não votaram há duas semanas. E concluiu que, embora cerca de dois terços dos ausentes pertençam às bancadas da maioria - contra 10 faltas na bancada do PS -, isso não traduz necessariamente uma inversão na votação.

Ao que o i apurou, entre os deputados da direita, pelo menos oito teriam votado contra o diploma. Andreia Neto, Bruno Vitorino, Carlos Páscoa Gonçalves, Correia de Jesus, Joaquim Ponte, Luís Vales, Maurício Marques e Paulo Batista Santos confirmaram ao i que, caso tivessem estado presentes, o seu voto seria contra. Dos restantes dez, a maioria prefere não revelar o sentido de voto, ou diz esperar ainda pela discussão na especialidade (debate feito em comissão, artigo a artigo) para o definir. Certo é que a bancada do PSD voltará a dividir-se. Miguel Frasquilho, por exemplo, não querendo adiantar qual a sua posição, lembra que já votou a favor da adopção plena. O que significa que, das hostes dos ausentes sociais-democratas, não sairão apenas reprovações.

Apesar das críticas que já se ouviram no espaço político da maioria - Ribeiro e Castro, deputado do CDS, tem-se manifestado contra a falta de coordenação nesta questão, apelando para uma maior convergência na votação final - PSD e CDS vão manter a liberdade de voto. Sem necessidade de uma maioria qualificada, o diploma da co-adopção precisa apenas de reunir mais votos do lado do "sim" que do lado do "não".

03/06/2013

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