Grandes empresas que lucram com exploração laboral "têm de ser penalizadas"

Construção é o sector mais afectado, mas o fenómeno está a crescer na agricultura e a restauração. Presidente da Autoridade para as Condições de Trabalho diz que se as leis europeias não mudarem "continuarão a ser vertidas lágrimas de crocodilo".

As empresas estão a usar trabalhadores estrangeiros sem lhes pagar o mesmo que aos nacionais ou dar as mesmas condições. O alerta é do presidente da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) que defende uma revisão da Directiva Europeia de Serviços.

Em declarações à Renascença, Pedro Pimenta Braz mostra-se muito preocupado com o crescimento do fenómeno de angariação de trabalhadores por redes mafiosas.
     
É sobre a construção que se fala mais quando a questão é o abuso de trabalhadores portugueses no estrangeiro, mas o inspector-geral de Trabalho faz questão de sublinhar que há outros sectores em que o fenómeno também está a crescer, nomeadamente na agricultura e restauração. 

Pedro Pimenta Braz considera que é uma situação muito preocupante e que a ACT acompanha como pode, normalmente depois de receber denúncias dos sindicatos e dos trabalhadores. A dificuldade de actuação prende-se com o facto dos trabalhadores saírem de Portugal sem passar pelos serviços oficiais.

Em situação de crise e aumento do desemprego são cada vez mais os que correm atrás de promessas que se revelam falsas, mas para o dirigente máximo da Autoridade para as Condições de Trabalho pouco mudará enquanto a Directiva Europeia de Serviços não for alterada e passar a responsabilizar também as empresas que beneficiam do trabalho dos portugueses, a preços muito mais baixos.

In: RR
23/08/2013


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