"Viciados" em pedidos de ajuda a advogados oficiosos

Apoio Judiciário. Conselho Distrital de Lisboa já assinalou mais de 500 nomeações por parte de um só cidadão e no Porto o 'campeão' dos oficiosos já contabilizou 161 registos. Advogados que acabam a pedir escusa são alvo de ameaças.

Maria, funcionária pública, regressa ao trabalho depois de uma baixa prolongada de meses. Em conversa com um colega, queixava-se "da vida". Em tom irónico, o colega responde: "Se calhar devias estar sempre de baixa." Ofendida, decide intentar uma ação por difamação.

Esta é uma das candidatas a uma defesa oficiosa que já se encontra na "lista negra" da Ordem dos Advogados (OA). Por esta e outras razões igualmente infundadas, a funcionária pública é uma das cidadãs com carências económicas, que usa e abusa do apoio judiciário. Ou seja: advogados pagos pelo Estado para quem não tem condições económicas. Na semana passada, a OA denunciou à Direção-Geral da Administração da justiça o aumento a pique de casos de cidadãos que, de forma "compulsiva", pedem patrocínio oficioso. Os próprios advogados já conhecem estas pessoas. No total, em Lisboa e no Porto são praticamente cem (50 no Conselho Distrital de Lisboa e 41 no Conselho Distrital do Porto) os casos "patológicos" de recurso ao apoio judiciário.

12/06/2013

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